domingo, 10 de abril de 2011

Rio de Janeiro, Brasil, continente americano, mundo.

Foi uma semana muito difícil no Rio. Tivemos a sensação de ver o pavor, o surreal, a violência, a irracionalidade, a tragédia, todos os elementos de um capítulo de terror que estamos acostumados a ver do outro lado do mundo, fato que acontecia com os nossos distantes semelhantes. Pois é, aconteceu conosco.

Logo  Rio que sempre viu bandido, bala perdida, guerra de facções. Logo esse Rio já bastante sofrido com as mazelas das favelas dominadas hora por traficantes, hora dominada por milicianos, mas sempre com ausência do Estado. Esse Rio que vem sendo "desmilitarizado" nas encostas, e que já se ouvem louvores de taxistas, seguranças, comerciantes, com relatos de que "as coisas estão melhorando!", sofre um baque que volta e meia acontece, mas com os outros, nunca conosco.

Rio e Brasil que hoje choram a morte de 13 pequenos meninos e maioria meninas, abordados por uma pessoa doente, que fatalmente faria o que fez, e nesse caso não vou fazer o que normalmente fazemos: Culpar o Estado. Não, desta vez o Estado nada poderia fazer para salvar a vida destes pequenos. O grande problema desta vez foi a facilidade de se obter armas num país em que a informalidade é alta e a corrupção é imensa. Culpa nossa. Nossa? Sim. Nós brasileiros em 2005 achamos que ter uma arma em casa era um direito, e que uma arma nos daria segurança. Essa votação que terminou com vitória dos que queriam se armar e que fortaleceu ainda mais o musculoso lobby das armas. Favoreceu a essa bancada lucrativa que é a indústria da morte, da segurança, e da insegurança. Ter uma arma em casa ou na cintura parece nos fazer mais "fortes", mas na verdade é uma insegurança para nós mesmos, e o caso de Realengo só fortalece essa idéia.

Hoje estamos de luto. Mas a nossa sociedade tem culpa sim.
Já vimos isso também nos EUA, onde ter uma arma em casa é um direito de cidadão.
Mas isso fortalece à quem?
Pensem.

Apenas o Estado deveria ter acesso as armas. Hoje, lutamos por melhores condições de vida, evoluímos no campo científico, e retroagimos no campo social. E isso anula o progresso.

Vamos repensar nossas vidas.

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