quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Uma reflexão

Passei parte da minha infância num quarto de empregada, lendo à luz de velas. A tendência de muitas pessoas de mais idade é a de “normatizar” esse distorcido episódio de minha história, que também é da história de muitos outros, claro. Mas não no final do século XX e dentro de uma região metropolitana, e do Estado do Rio de Janeiro,onde nasci e fui criado. Certamente um jovem nascido na era digital compreende o que estou falando.
A tendência da normatização e conformação diante de padrões distorcidos causa muitas das principais mazelas e injustiças sociais até os dias presentes. Convidado para participar de um trabalho criativo junto à Anistia internacional pude conhecer uma estatística que muito me apavora até hoje, mas que boa parte da população brasileira tende a acreditar que é “aceitável” e “normal”.Diariamente quase uma centena de jovens de 15 até 29 anos de idade são assassinados no país, e desses jovens, 77 % são de pele preta, periféricos. Provavelmente quando os Racionais mc´s escreveram “alguém num quarto de madeira, lendo à luz de velas” para um dos seus discos (eu disse discos) mais vendidos de todos os tempos mesmo sem ter nenhuma propaganda na TV, falavam da narrativa de jovens como eu fui, que sempre tiveram voz, mas que nunca foram ouvidos, nunca reverberaram suas angústias e mais tarde se defrontaram com o mesmo sistema consumista que vive a testá los e confrontá los com suas realidades.
Dentro de um sistema meritocrata esse jovem nasce em desvantagem. Um menino que é preparado desde a infância para conviver com o que de pior lhe é oferecido tende a naturalizar o que de pior ele vier a fazer. No início da minha vida profissional foi difícil compreender que “trabalhar poderia ser prazeroso”, e eu só compreendi isso quando já tinha vários anos de carteira assinada.
“Ah, mas você se esforçou, se você consegue, outros conseguem”. Sim, verdade, mas, e os que não conseguem? Vão para a igreja? Ficam calmos num canto, encurralados no mundo onde temos natal, dia das mães, pais, crianças, todos datas consumistas onde o que menos importa é o abraço e o carinho parental?
O nosso país vive desde a sua invenção, que não foi uma invenção honrosa, uma distorção de caráter que precisa ser corrigida à medida em que nosso entendimento como nação vai avançando. Fomos pensados e construídos com mão de obra escrava e com concentração de “cotas” de terras nas mãos de poucos. E sempre achamos isso normal, sempre achamos que existe “mérito” nas mãos de herdeiros e demérito na mão dos expropriados, “vagabundos” que segundo o senso comum não querem estudar ou trabalhar. Tiraram tudo das mãos de alguns, criam mecanismos para usar esses expropriados como engrenagens de suas máquinas acumuladoras de capital, simples peças de reposição sem criatividade e afeto ao que fazem; seres que apenas sobrevivem dia a dia dominados com a ajuda de um aparelho ideológico midiático, uma polícia militarizada protetora da propriedade privada e uma justiça injusta aliada a poderes executivos e legislativos que leiloam seus cargos aos interesses das transnacionais.
Fazem pessoas acreditarem que a culpa do fracasso econômico é da própria população.
Com o fim da escravidão em 1888 que os livros de história nos fizeram acreditar que era uma prática de “bondade” da princesa nasce uma perversidade ainda maior para o povo preto que continua morrendo até hoje a própria sorte. Essa população não recebeu livros, educação, ou mesmo um pequeno espaço de terra para subsistir, não, pelo contrário, foi empurrado para às favelas, para às lonjuras suburbanas, num processo que a elite burguesa que sucedeu o império chamou de “higienização” das áreas centrais. A nossa sociedade é e teima em ser de privilégios, desigual.
E essa sociedade torna normal deixar o menino num quarto de madeira, lendo à luz de velas.
Foi preciso que Betinho fizesse uma campanha internacional com a ajuda de muitos companheiros “comunistas”, por uma causa que não era nem deles, que comiam, para que a fome no país fosse atenção dos governos nacionais. Hoje saímos do mapa da fome, mas corremos sérios riscos de voltar a figurar nesse triste “time dos horrores”, com reformas que começam a ocorrer de forma substancial nesses dias difíceis para os direitos sociais e ótimos para os interesses do capital financeiro.
Só quando criarmos patamares de igualdade e uma compreensão formal de que precisamos nos ajudar, “fortalecer” na gíria da favela, teremos uma sociedade menos violenta e mais justa. Esse caminho passa pela educação, e com ela melhoramos os índices de segurança, de trabalho, renda e saúde; investindo ao invés de “gastando” recursos de maneira desordeira e irresponsável como fazemos nos últimos séculos, fortalecendo a corrupção e o fim de nossas vidas de maneiras tão estúpidas que mal podemos acreditar.
É preciso inverter às estatísticas macabras, e informação é o caminho.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Chuvas e temperaturas durante o ano. Um exercício desafiador para os executivos das cidades.

Observando o gráfico da Cidade de São Paulo temos um estudo dos últimos 30 anos. Daí a formação visualizada abaixo:
Resultado de imagem para grafico de precipitação pluviométrica

Fonte:http://pt.climate-data.org/location/655/ acessado em 05 de dezembro de 2016 as 22:18h


Vamos extrair desse gráfico às seguintes informações:
O mês mais chuvoso
O mês menos chuvoso
O total pluviométrico anual
A temperatura média anual
A maior temperatura mensal
A menor temperatura mensal
A amplitude térmica