sexta-feira, 25 de março de 2016

Necessidade de um novo modelo

A Lava-Jato é uma operação contra a corrupção e pela moralização estatal. Ótimo.
Só que ela vem na verdade, revelando um verdadeira luta entre facções burguesas pela simples(complexa) disputa pelo poder. Nada além disso.
Crises são conjunturas criadas historicamente para enriquecer ainda mais aqueles capitalistas que estão no topo da pirâmide. Lembremos do famoso "gerentão" Jack Welch, ex executivo da GE, que entre seus ensinamentos para ser bem sucedido empresarialmente dizia: "quando sua empresa estiver indo muito bem, crie uma crise".
As empresas extrativistas tem passado por um período de desvalorização gigantesco desde que os árabes em conchavo com os americanos resolveram colocar o preço do petróleo abaixo da linha dos 30 USD. Algo inimaginável em 2008, quando o preço chegava à casa dos USD150, 5 vezes o que vale hoje. Somente nessa pequena conta, vemos que o valor, por exemplo, de uma Petrobrás não poderia ser o mesmo. Só que mesmo assim, mesmo com notícias e preços desfavoráveis, a empresa ainda dá lucro! Um ultraje à uma oposição que insiste em se aliar ao capital estrangeiro internacional para fazer a entrega da mesma(vide ligações Serrianas).
O governo PT não fica pra trás na tática entreguista neoliberal. Nosso setor de circulação de mercadorias foi privatizado, aeroportos, estradas, o agronegócio continua avançando e dizimando cinicamente os nossos indígenas( os Guaranis Kaiowás lutam contra o Estado, e contra a sociopatia do capital, são assassinados por verdadeiros exércitos milicianos dos grandes produtores rurais no Mato Grosso do sul, fronteira com o Paraguai).
Resumindo: esses projetos em curso no país fazem parte dos interesses da grande burguesia internacional.
Modernizar o latifúndio, desfazer a presença estatal em grandes projetos de privatizações, entregar escolas e hospitais à organizações capitalistas chamadas erroneamente de sociais, utilizar a força militar policial (lei anti terrorismo, criminalização de movimentos sociais)contra todas as tentativas de se tentar barrar tais projetos. Essas são as táticas.
O judiciário faz parte de toda a engrenagem. Seria impossível não associar esse poder a correlação das forças presentes na estrutura social vigente. Não existe neutralidade em alguma hipótese. Cada corrente puxa para o seu lado, e no meio, o povo sendo empurrado contra a parede e espremido como laranja num jogo de interesses perigoso, mortal. Esse povo paga com a péssima condição habitacional, com o terrível sistema de transportes públicos, com o pavoroso transito das grandes metrópoles. Algumas conquistas sociais do primeiro mandato do PT vão perdendo a força, mas mesmo assim afirmo que foi o governo que mesmo aliado ao grande capital ainda deu alguma conquista ao expropriado trabalhador, que conseguiu incluir os jovens mais pobres nas universidades, que conseguiu tirar milhões de brasileiros da miséria absoluta. Longe de fazer propaganda, é uma questão de justiça social.
A saída caberá ao povo. E não acredito que seja no voto, não, primeiro são necessárias reformas políticas. Longe da paixão por grupo A ou B, coloridos ou vermelhos. A reforma de faz com a base, essa base que hoje tem fóruns constantes nas redes sociais, nos movimentos sociais, nas ruas. Fomos convencidos pela burguesia que política é uma coisa "suja", "feia" e é nisso que eles lucram ano após ano, século após século.
Não podemos deixar que a segregação continue, que haja um abismo tão grande entre pobres e ricos, que a educação pública agonize, que a saúde pública definhe.
Nesse momento em que a elite está brigando, é chegada a hora do povo acordar e parar de seguir os modismos impostos por esse sistema covarde, mas que nos dá sinais claros de que pode ruir a qualquer momento.