sábado, 3 de maio de 2008

Favela e valores.


Morro da favela ou Providência. A primeira favela do Brasil. Contraste da vida urbana. Foto Cleber Pacheco.

Essas semanas no Rio de Janeiro têm sido de extrema angústia para moradores de todas as áreas da cidade, e porque não do Estado. Existem vários focos de violência e os dias de paz parecem cada dia serem mais raros.
Conversei com amigos moradores do bairro da Penha, área próxima as favelas do Complexo do Alemão, uma das áreas mais violentas do Estado e não é nada animador o relato dos mesmos, ainda que obras do programa do governo federal para melhoria das favelas esteja sendo executado.
"As pessoas já não podem ir trabalhar, sair de casa, levar os filhos à escola. Não há mais hora pra nada. Nada é mais seguro."
Na zona sul da cidade, moradores dos valorizados bairros do Leme e de Copacabana veêm seus imovéis perderem cada dia mais os seus valores. São prédios em uma região autrora valorizadíssima e que hoje têm até mesmo os seus IPTU´s reduzidos por causa da violência das quadrilhas de traficantes.
A primeira favela do Rio de Janeiro, a Providência, começou com o retorno dos soldados do governo da guerra contra os comandados de Antônio Conselheiro em canudos. O chamado Morro da favela cresceu e cresceram várias comunidades no entorno da cidade, marcadas pela falta de infra-estrutura, dificuldade de acesso e caracterizando uma vida à margem de todo o progresso que o homem busca ao longo de sua existência. A falta de oportunidades para os moradores, pela falta de estudo, ou mesmo por discriminação agravam o processo. A minoria de bandidos armados impõem aos moradores a lei do silêncio, a política do "nada ví, nada sei!" e expõem cada vez mais essa ferida que pelo que parece ainda exigirá muito tempo pra ser cicatrizada.
Os imóveis tanto na zona norte, quanto na zona sul, cada dia valem menos. A vida humana, idem.

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