domingo, 3 de agosto de 2008

Trem. Opção de cultura, compras e responsabilidade ambiental.



Uma proposta para a melhor qualidade dos transportes.

O trem expandiu o Rio de Janeiro. A partir de suas linhas, a novidade que nos foi apresentada pelo Barão de Mauá ainda no século XIX com a linha para Raiz da Serra, foram se expandindo e acomodando as populações ao longo de suas linhas. Os subúrbios, de uma qualidade cultural inenarrável, local em que as crianças ainda soltam pipas e jogam bola de gude foi criado e cresceu. E para o Rio em especial, os ramos da linha ferroviária marcam a concentração do seu maior espetáculo à nível mundial, o caranaval. Sem o trem, nada disso se realizaria.

Não haveria o crescimento da Estação primeira de Mangueira. Não haveria Portela e Império em Madureira. Beija Flor em Nilópolis. O não haveria não quer dizer que o samba depende exclusivamente do trem, mas que as populações que ali se fixaram, a fizeram devido a sua funcionalidade, a sua ligação com o Centro da cidade, e a facilidade de chegar ao trabalho. Os grandes compositores nele viajavam e compunham, tornando mais agradáveis e felizes algumas viajens suburbanas.

Dentro dos vagões, acontece uma interessante troca do capital. Vendedores ambulantes, transitam com suas mercadorias, fazendo em muitos casos a única ligação entre aqueles consumidores, e as mercadorias,transformando o espaço num "shopping" sobre trilhos. São produtos em geral baratos, como abridores de latas, cortadores de unha, escovas de cabelo. Outros oferecem produtos para refrescar o passageiro, com picolés, refrigerantes, água mineral. Existem os legalizados que vendem jornal, os mais populares, claro, mas também colaboradores do acúmulo de cultura do trabalhador.

Impossível para quem viaja não gostar do trem. É certo também que normalmente eu não viajo nos horários de "pico", que aí se tornam viagens quase insuportáveis, dado que a quantidade de usuários extrapola o limite do conforto e da segurança do veículo, o que podemos observar também no metrô.

Solução mais ecológicamente correta. Movida a eletricidade, reduzindo a emissão de gases poluentes. Reduzindo o tempo de viagem e o estresse dos trabalhadores.

Mas uma alternativa para o problema do trânsito da cidade. Sem dúvida o impacto dos veículos que inundam as cidades pode ser amenizado por esse fantástico transporte de massa. E aqui no Rio já temos muitos quilômetros instalados, o que facilita.

O trem bala é uma promessa. Será muito útil nas distâncias mais longas.

Depende da promoção e incentivo.

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