terça-feira, 17 de junho de 2008
Providência
O morro da Providência tem um valor simbólico enorme para o exército brasileiro que sempre foi muito respeitado. Até agora.
"... o morro da favela por trás da central..." como cantava Bezerra da Silva para o exército brasileiro tenho certeza é de um valor simbólico sem igual. Para lá foram os soldados que voltaram da guerra de Canudos e que não tinham onde morar. Receberam um pedaço de terra num morro onde a planta tropical de nome "Favela" era rainha soberana e por isso "morro da favela", mais tarde Morro da Providência. Por ironia do destino, a primeira "favela" do Brasil e que deu nome a tantas outras posteriormente por sua estrutura urbanística sem igual foi palco de um espetáculo triste e opressor. E pelo próprio exército.
Talvez aqueles jovens rapazes que "bateram de frente" com os soldados que hoje ocupam o morro, mostrando que o poder do Estado através de seus políticos insanos e corruptos que durante décadas fecharam os olhos para aquela situação, tenham sido bisnetos, tataranetos, daqueles homens que receberam deste mesmo governo em épocas pretéritas aquele pedaço de solo e que por anos e anos foi negligênciado. Triste ironia do destino, os combatentes que lá se encontram hoje entregarem os jovens que precisavam de um "corretivo" ao poder paralelo estabelecido em outra "favela", "inimiga" daquela em que os jovens e seus antepassados habitaram. Talvez tenha faltado escola a esses rapazes, mas o destino deles foi selado como na guerra em que seus ancestrais viveram e que eles vivem até hoje.
Exército não é polícia. Exército em favela é assumir que o Estado está ausente. Aqueles homens não são treinados para serem polícia. Programas políticos não podem usar a imagem do exército e deois culpá-los de despreparo. Isso é o mínimo de descência que políticos precisam ter.
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