domingo, 6 de julho de 2008

G8 no Japão.

O grupo dos países mais ricos(Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França, Itália, Canadá, Alemanha)+ a Rússia se reunem para mais discussões sobre as causas planetárias em Hokkaido no Japão nessa segunda feira. Protestos já começaram na semana passada e a base das discussões desta vez sem sombra de dúvidas serão os preços do petróleo e a alta de alimentos. Se alguém se lembrar ou se sobrar um pouco de tempo a crise climática e a algumas situações como o Zimbábue e o Irã podem ser colocados também.
Participam também nesta primeira sessão, centrada no desenvolvimento da África, o presidente do Bird (Banco Mundial), Robert Zoellick; o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; e os chefes de governo da Argélia, Etiópia, Gana, Nigéria, Senegal, África do Sul e Tanzânia.

O primeiro dia da reunião será dedicado ao desenvolvimento da África, pois um dos objetivos marcados pela Presidência japonesa do G8 é promover o cumprimento dos Objetivos do Milênio da ONU.

Entre os principais assuntos debatidos estão as eleições do Zimbábue. O G8 emitirá em sua reunião esta semana uma condenação ao regime do presidente Robert Mugabe.

O regime do ditador recebeu a condenação internacional após a realização há nove dias do segundo turno das eleições presidenciais em seu país, apesar da oposição ter se retirado perante a campanha de violência política.

A África já é tema de discussão corrente do grupo. Em 2005, o G8 acertou uma ajuda de US$ 50 bilhões para o continente até 2010, mas até o momento só desembolsou 14% deste valor, segundo uma fonte do grupo.

Emissões

O outro objetivo é marcar uma data para reduzir as emissões de gases causadoras do efeito estufa, com os japoneses pressionando para que seja um corte de 50% em 2050 e os europeus pela mais concreta de 20% em 2020, preferida também pelas organizações ambientalistas.

A declaração final de Toyako deve assinalar que "o G8 vai liderar os esforços para reduzir em 50% as emissões" de gases responsáveis pelo aquecimento global até 2050, segundo o jornal japonês "Yomiuri Shimbun".

Em entrevista à publicação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que reafirmará seu pedido aos países em desenvolvimento para que se unam às nações ricas no estabelecimento de metas visando reduzir as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa.

Lula e os presidentes Hu Jintao (China) e Felipe Calderón (México) devem participar do último dia da reunião atual do G8, na quarta-feira.

"Todos os participantes, incluindo nosso país, devem fixar um objetivo de redução das próprias emissões de gases de efeito estufa", adiantou Lula

Contudo, parece difícil que seja alcançado um acordo vinculativo, além de marcar a desejada meta de 2050 sem muitas concretizações, pois Canadá e Estados Unidos não acreditam que a cúpula do G8 seja o fórum adequado.

A reunião dos países mais ricos acolherá esta vez líder de outros 14 países, entre eles os maiores emissores de CO2, e será realizada até quarta-feira em um luxuoso e isolado hotel no lago Toya, protegido por mais de 20.000 policiais desdobrados em toda a ilha de Hokkaido.

Petróleo

Além da África e do aquecimento global, faz parte da pauta da reunião o preço dos combustíveis e a crise dos alimentos.

O encontro, em um hotel diante do lago Toya, ocorre no momento em que o barril do petróleo atinge os US$ 146, a economia dos países industrializados vive um período de forte desaquecimento e a alta nos preços dos alimentos provoca protestos em todo o planeta.

"No que se refere ao aumento dos preços dos alimentos e do petróleo, que têm um impacto negativo sobre a economia mundial, concordamos que é preciso fazer esforços urgentes neste sentido", destacou o primeiro-ministro japonês, Yasuo Fukuda, em uma entrevista à imprensa ao lado do presidente George W. Bush.

Sobre a economia mundial, Bush reafirmou a política do 'dólar forte' dos EUA, apesar de a moeda estar caindo em relação a outras.

Emergentes

O presidente francês, Nicholas Sarkozy, se mostrou a favor de expandir o G8 para incluir em suas cúpulas as nações emergentes.

Em entrevista publicada nesta segunda pelo jornal japonês "Yomiuri", Sarkozy diz que o G8 deveria promover o diálogo com as nações emergentes do G5, que é integrado por Brasil, China, Índia, África do Sul e México.

O presidente francês indicou que o G8 precisa expandir-se para demonstrar que toma decisões "com justiça", em referência à crescente relevância dos países emergentes no mundo.

Sarkozy disse este fim de semana em Paris que "não é justo nem razoável" que apenas oito países se reúnam para discutir os problemas do mundo, quando este é "universal".

Fonte:Efe, France Press e Folha

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