quarta-feira, 4 de junho de 2008

Etanol.

O etanol é o produto mais comentado da atualidade. Em qualquer conversa de botequim é citado ( e não só pela cachaça!). Tido como idéia central em conferências internacionais ou não, ele pode ser um problema ou solução.
Ele é produzido a partir de insumos que absolvem CO². O mesmo é liberado na queima dos óleos combustíveis e despejado na atmosfera. Hoje 21% das emissões mundiais do gás que causa o efeito estufa e o consequente aquecimento global vêm daí. Hoje no mundo existem mais de 800 milhões de veículos que necessitam de combustível para rodar.
Em janeiro, quando o presidente dos EUA GeorgeW. Bush, pressionado por questões mundiais relativas a não ratificação do protocólo de Kyoto, resolveu tentar solucionar sua "crise de falta de popularidade", lançou o mundo a uma nova ordem de busca por equações que pudessem sanar sua problemática. Bush pediu a seu congresso para que ajudasse o país a conseguir diminuir o consumo de petróleo em 20% nos próximos 10 anos. Uma missão que fez com que o produto antes voltado para a alimentação agora tivesse que alimentar os tanques da maior frota automobilistica do planeta.
O etanol americano é produzido com o milho. O preço do produto dobrou devido a sua função salvadora e anti-terrorista (uma vez que os maiores inimigos americanos são os maiores produtores petrolíferos). Agricultores de Iowa, maior estado produtor americano , sorriem de orelha a orelha e agradecem a Deus pelo presente que lhes foi dado. Usinas para a produção surgem a todo momento. Um dos problemas de Iowa é que o produto final do refino, serve apenas para alimentar cabeças de gado, mas estes estão longe da província, que só tem criações de porcos e frangos. Iowa terá de expulsá-los e trazer o gado para seus pastos.
No vizinho México, uma das principais fontes de alimentação da população foi ameaçada. O preço das "tortilhas" de milho que alimentam o país teve aumentos de até 200% e criou uma crise sem precedentes ao governo do presidente Felipe Calderon que enfrentou "panelaços" pelas ruas da capital. Mas estudos mostram que a produção destinada ao país vizinho não tem nada haver com a situação, e sim as especulações, que fazem com que as empresas produtoras combinem o aumento dos preços.
Bush buscou ainda firmar acordos com o Brasil, líder mundial na produção, para desenvolver tecnologias produtoras em seu país. Esteve em solo brasileiro e conheceu refinarias, conversou com Lula e teve no tempo presente na América do sul a oposição do grande produtor Hugo Chaves, presidente venezuelano, que em seu discurso diz que o que os EUA fazem hoje é "tirar o alimento dos pobres para por em seus tanques", fato que segundo ele gera problemas de violência na região.
Os europeus ainda não se decidiram sobre a sua produção. Os suécos são os mais avançados no uso dos biofuels. Hoje, os espanhóis produzem o etanol, mas ainda não o usam em grande escala e têm que vendê-los ao exterior. Pensam em produzir o combústivel a partir de resíduos orgânicos, o que seriam os biocombustíveis de segunda geração.
Claro que as empresas de petróleo, que são as donas das maiorias dos postos combustíveis, são contra a expansão dos biocombustíveis, embora em algumas áreas essas empresas estejam se empenhando em acompanhar o processo evolutivo inevitável. Ontem na conferência da FAO, o presidente Lula fez essa acusação aos que se opõe ao líder e absoluto etanol brasileiro. Lula disse que "os que se opõem ao etanol brasileiro são os que têm o dedo sujo de óleo".
Para um bom entendedor, poucas palavras bastam!

Um comentário:

Anônimo disse...

CLÉBER, EU JAQUELINE VIREI ALUNA ASSÍDUA DESTE BLOG,MUITO INFORMATIVO.